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O banqueiro Pedro Moreira Sales, do Itaú, é membro do Conselho Administrativo da Falconi

Não por mero acaso, a empresa Falconi Consultores de Resultado foi contratada, sem licitação, para preparar o desmonte do Banco do Brasil. A consultoria tem em seu Conselho Administrativo o banqueiro Pedro Moreira Salles, que é presidente do Conselho de Administração do Itaú Unibanco e presidente do Conselho Diretor da Febraban.

Ou seja: o maior banco privado do País está por trás do processo da privatização dos bancos públicos, conforme denúncia feita no último dia 25/08 pelo Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro.

“Colocaram a raposa no galinheiro dos ovos de ouro”. O ditado popular explica com exatidão o que vem acontecendo dentro do Banco do Brasil, para atender interesses privados, mais precisamente, do Itaú. Em 2016 foi contratada, sem licitação, por “notório saber”, a Falconi Consultores de Resultado para preparar o desmonte do BB, chamado oficialmente de “reestruturação”.

O trabalho desta empresa é enxugar a estrutura do banco público, preparando-o para a privatização, política do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), retomada pelo seu aliado, Michel Temer (PMDB).

O absurdo é um banco privado estar conduzindo as políticas de um banco público, que tem um papel estratégico, o de fomentar o desenvolvimento econômico e social do país. No mínimo a situação configura um conflito de interesses, já que o desmonte da rede de agências, com extinção de milhares de postos de trabalho, abriu espaço para os bancos privados, entre eles, o próprio Itaú. A primeira fase da reestruturação resultou no fechamento de 402 agências, extinção de 9.400 postos de trabalho e redução salarial drástica que atingiu quase 4 mil funcionários.

O concorrente continua dentro do BB. A mesma consultoria está fazendo o mapeamento dentro da Diretoria de Tecnologia do banco, um setor altamente estratégico a cujas informações o setor privado está tendo acesso. Seguindo a linha de “mãos de tesoura” da Falconi, de corte dos custos, há o temor de extinção de funções, abrindo espaço para a substituição de funcionários concursados por trabalhadores precarizados de empresas terceirizadas.

Fonte: Rede Brasil Atual