Os 150 delegados e delegadas, sendo 96 homens e 54 mulheres, que participaram nos dias 7 e 8 de junho, em São Paulo, construíram a pauta de reivindicações específicas dos funcionários do Itaú, da Campanha Nacional 2016. Na minuta, que será entregue ao banco, estão reivindicações de emprego, saúde, remuneração, condições de trabalho, previdência privada, segurança e igualdade de oportunidades.

Desde 2011 o Itaú já fechou 21 mil postos de trabalho, de acordo com levantamento do Dieese, e o grande número de demissões gera preocupação entre os trabalhadores.

O balanço do banco, referente ao primeiro trimestre de 2016, mostra que a holding encerrou março com 82.871 empregados no país, com redução de 2.902 postos de trabalho em relação ao mesmo período de 2015. Foram abertas 74 agências digitais e fechadas 154 agências físicas no país entre março de 2015 e março de 2016, totalizando, ao final do período, 3750 agências físicas e 108 digitais.

O fechamento de agências físicas e ampliação das digitais vêm promovendo a eliminação de postos de trabalho e sobrecarregando quem permanece no emprego. O Itaú está estendendo as transações pelos canais digitais em todo o Brasil.

Nesta quinta-feira (9), a COE (Comissão de Organização dos Empregados) tem reunião com o banco, dentro GT (Grupo de Trabalho) de Saúde e Condições de Trabalho. Este GT foi conquistado este ano pelos funcionários.

Representantes dos trabalhadores e do banco formalizaram um calendário periódico de reuniões de 15 em 15 dias.

Principais reivindicações dos funcionários do Itaú:

Emprego
- Fim das demissões e mais contratações
- Fim da terceirização
- Número mínimo de funcionários e caixas por agência
- Combate ao desvio de função
- Reativação da Central de Realocação de Funcionários
- Cumprimento da Convenção 158 da OIT, que proíbe demissões desmotivadas
- Cumprimento da jornada de trabalho de 6 horas
- Criação de dois turnos de trabalho para agências de horário estendido

Remuneração
- Ampliação do valor da PCR (Participação Complementar nos Resultados)
- Discussão com o movimento sindical sobre o AGIR (Programa de Ação Gerencial Itaú Resultados)
- Pagamento proporcional da PR, PLR e Adicional aos funcionários desligados, conforme legislação
- Pagamento de Auxílio educação integral e ampliação para mestrado
- Participação do Movimento Sindical na elaboração de um PCS (Plano de Cargos e Salários) para todos
- Previdência complementar para todos
- Vale cultura para todos
- Discussão sobre parcelamento do pagamento das férias

Saúde, condições de trabalho, e igualdade de oportunidades
- Cumprimento da emissão da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho)
- Implementação da cláusula 57 da CCT (melhoria das relações de trabalho)
- Combate ao assédio moral
- Fim das metas abusivas
- Participação do movimento sindical no PCMSO (Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional)
- Parcelamento mensal e não o desconto total do débito referente a benefícios previdenciários
- Novo programa de retorno ao trabalho com participação sindical
- Cumprimento da cota de PCD por região e apresentação de relatório sobre contratações

Segurança
- Mais segurança nas agências
- Abertura e fechamento das agências por controle remoto
- Aumento do número de vigilantes
- Adoção do projeto-piloto de segurança em todas as agências

Kelly Menegon, diretora do Sindicato de Londrina e representante do Vida Bancária na COE Itaú, avalia que o Encontro conseguiu centralizar as principais demandas dos bancários e bancárias no país, identificando as prioridades de luta deste ano.

“Foi o fechamento das discussões feitas em âmbito regional e estadual para formatar a pauta de reivindicações específicas. Agora, temos que nos organizar para combater as demissões em massa no Itaú e exigir melhores condições de trabalho e saúde para todos”, aponta Kelly.

 Fonte: Rede Nacional de Comunicação dos Bancários