Bradesco

O Bradesco teve lucro líquido de R$ 4,12 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representou redução de 2,9% em relação ao mesmo período de 2015.

Apesar dessa pequena queda, justificada, segundo analistas, pelo aumento das PDDs (Provisões para Devedores Duvidosos), o balanço do banco demonstra que em relação a dezembro de 2015 foram extintos 1.466 empregos. Nos últimos 12 meses (de março de 2015 a março de 2016), o Bradesco fechou 3.581 vagas no país.

Conforme divulgado pela imprensa, nos três primeiros meses deste ano, o Índice de Inadimplência superior a 90 dias cresceu e encerrou março em 4,2%, acima dos 3,6% apurados em março de 2015.

Por conta disso, o Bradesco elevou as PDDs, que atingiram R$ 5,448 bilhões, volume 30% maior na base sequencial e que representa um salto de 52,2% sobre o valor contabilizado no primeiro trimestre de 2015.

Receitas crescem

Ao mesmo tempo em que se preocupa com a inadimplência, o Bradesco ampliou os ganhos comas receitas de tarifas e produtos vendidos aos clientes. Conforme informa o balanço do primeiro trimestre deste ano, as receitas de prestação de serviços e tarifas cobrem 137,1% de suas despesas de pessoal. Essa relação é 1,1 p.p. maior que a do primeiro trimestre de 2015, quando era de 136%.

O banco também promoveu a redução no número de agências, com o fechamento de 152 unidades na comparação com março de 2015, mas abriu duas unidades em relação a dezembro do ano passado.

O Bradesco apresentou, em março, rentabilidade de 17,5% sobre o patrimônio líquido médio ajustado. O patrimônio líquido somou R$ 93,330 bilhões, 11,2% superior a março de 2015. Os ativos totais, em março de 2016, registraram saldo de R$ 1,102 trilhão, crescimento de 6,5% em relação ao saldo de março de 2015.

Faturando alto

A carteira de crédito expandida, em março de 2016, atingiu R$ 463,208 bilhões, mantendo-se praticamente estável em relação ao saldo de março de 2015. O crédito às micro, pequenas e médias empresas apresentou retração de 10,2%, enquanto que as carteiras de grandes empresas (favorecida pela valorização cambial) e pessoa física expandiram 2,9% e 4%, respectivamente, no período.

O resultado oriundo dos títulos e valores mobiliários do banco, principalmente os títulos da dívida pública (em grande parte indexados pela Selic e pela inflação), caiu em relação ao primeiro trimestre de 2016: variação de menos 7,3%, perfazendo total de R$ 9,818 bilhões.

Para Ana Claudia Ribeiro, diretora do Sindicato de Londrina e representante do Vida Bancária na COE Bradesco, os números do primeiro trimestre de 2016 não deixam dúvidas de que o Bradesco tem condições de atender as reivindicações específicas dos funcionários e não tem motivos para reduzir pessoal.

“Se não forem levadas em conta as provisões para os calotes, o restante do balanço mostra que todos os índices foram positivos. Assim como o Itaú e os demais bancos, o Bradesco continua firme e ileso frente à crise financeira mundial e finge que precisa cortar pessoal e fechar agências só para reduzir suas despesas operacionais”, critica.

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Por Armando Duarte Jr.