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Professor Francisco Fonseca. Foto: Joka Madruga

POSTED BY: PAULA 20 DE NOVEMBRO DE 2015

Na manhã desta quinta-feira, 21 de novembro, o 21º Curso Anual do Núcleo Piratininga de Comunicação, iniciou os debates sobre o tema “A mídia e o fortalecimento do conservadorismo”.

O cientista político da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Francisco Fonseca apresentou as caraterísticas da mídia, que no Brasil é dominantemente privada. “O que é mídia? Aparelho privado de hegemonia, não é estatal mas influencia e quer influenciar, vetar e propor permanentemente o Estado para dialogar com classes sociais, burguesia e trabalhadores. É uma organização ideológica intelectual da agenda política e econômica”, resume o cientista social.

Para ele, a imprensa faz as funções de partido político, ocupa esse espaço. E o avanço do conservadorismo com as manifestações no país é uma tentativa muito maior que o impeachment, mas barrar direitos sociais da população mais necessitada. “Não vem apenas desses grupos, vem de uma série de entidades nacionais e internacionais com agenda conservadora financiados por grupos internacionais tentando reverter avanços que vem ocorrendo”, retrata.

Para Francisco, esses movimentos estão superando os partidos de oposição. “No sistema político brasileiro privatizado, classes médias se mobilizam e encontram na mídia seu instrumento de catarse. A mídia exerce papel de catalisar interesses das classes médias que estão ressentidas com o avanço de direitos sociais no Brasil”.

Francisco acredita que a resistência progressista de esquerda é mais do que fundamental. “É reação à agenda de direitos, e não a um governo ou a um partido”, finaliza.

Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males