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Filósofa Márcia Tiburi. Foto: Joka Madruga

POSTED BY: PAULA 20 DE NOVEMBRO DE 2015

O ódio como afeto, em termos filosóficos, foi explicado pela escritora e filósofa Marcia Tiburi, sobre a responsabilidade de quem escreve e faz o meio de comunicação. A exposição foi feita na manhã desta quinta-feira, 19 de novembro, na mesa “A mídia e o fortalecimento do conservadorismo”, parte do 21º Curso Anual do Núcleo Piratininga de Comunicação, que será realizado até domingo, dia 22, no Rio de Janeiro.

“Olha a responsabilidade de quem escreve e faz o meio de comunicação. Se a publicidade diz compre, o sujeito vai e compra. O sujeito também pode dizer odeie. E o ódio útil faz parte da vida desse sujeito. O ódio é o afeto que dá a ele um lugar no mundo”.

Tiburi explica que o afeto, em termos filosóficos, é aquilo que a gente causa no outro. O que meu corpo, a minha aparição, meus movimentos, minha presença. Isso tudo vai produzir o afeto no outro. Para ela, a mídia quer produzir o afeto da política triste nas pessoas. “No nosso grupo feminista a gente fala que queremos produzir alegria política, porque só a alegria política pode acabar com essa tristeza política”.

Ela afirma que os meios de comunicação fazem o que querem da vida das pessoas. “É muito útil fazer com que as pessoas odeiem.  O ódio é um afeto antipolítico que ao invés de construir, destrói relações. É um ódio banalizado e contagioso. Tem o ódio que rompe o nível do discurso e esse ódio quando irrompe, torna o sujeito quase uma celebridade. Torna-se uma pessoa notória porque sabe articular o discurso do ódio”.

Marcia Tiburi falou sobre a inteligência como capacidade também cognitiva e tudo pela mídia é feito pela imbecilização. “Temos que combinar como a gente ocupa a mídia tradicional”, convoca. “Os meios de comunicação administram e manipulam os afetos. Paris é colocado nesse contexto de forma ideológica”.

Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males