Uma história de lutas e muitas conquistas.

O Sindicato dos Bancários de Apucarana e Região foi fundado em 7 de abril de 1958 e obteve registro junto ao Ministério do Trabalho no dia 23 de maio do mesmo ano. Mas a história da organização da categoria em Apucarana começou antes, com a associação de bancários formada pelos funcionários do Banco do Brasil, tendo como primeiro presidente o funcionário Acyr Iwankiw.

Com o golpe militar em março de 1962, o Sindicato foi interditado e assumido por uma junta governativa militar, administrada por José Arrebola Gonçalves, que ficou no poder até o ano de 1964. A intervenção da Ditadura atingiu todas as entidades sindicais do Brasil que se opunham ao regime militar.
Em 1968, com a instituição do AI-5, o Sindicato passou a ser novamente administrado por uma junta governativa militar, tendo como presidente o então tesoureiro do Sindicato na época de sua constituição, José Arrebola Gonçalves, que administrou a entidade até 1970.

O Sindicato voltou a ter novamente eleição direta para a diretoria, com chapa autorizada pelos militares, que adotou o sindicalismo então chamado “de resultados”, implantando salão de barbeiro, sala de jogos, quadras de esportes entre outras atividades que visavam tão somente lazer e serviços para os associados.
Naquela época, o Sindicato era presidido por Lourival Lino de Souza, que cumpriu seu mandato até o ano de 1988. Veio a abertura política no Brasil, o movimento pelas “Diretas Já” e, em 1982, aconteceu a eleição indireta para a Presidência da República, com vitória de Tancredo de Almeida Neves sobre o candidato da Ditadura. Apesar de toda essa mobilização nacional pela redemocratização do Brasil, o Sindicato dos Bancários de Apucarana manteve sua política retrógrada.

Em outubro de 1988, ano em que foi promulgada a nova Constituição Federal, o Sindicato passou a ser administrado por Jorge Mori. Houve então divergências na direção do Sindicato, culminando com uma divisão entre seus integrantes. Com o apoio de outros Sindicatos ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores) foi constituído o MOB (Movimento de Oposição Bancária), encabeçado pelos bancários Antonio Pereira da Silva, Hermes Gonçalves, Jair Pedro Ferreira e outros trabalhadores descontentes com a forma como o Sindicato era conduzido.

Nos dias 17 e 18 de abril de 1991, Antonio Pereira da Silva foi eleito presidente do Sindicato, na chapa que administrou a entidade até 1995. Em 1992, a categoria entendeu a importância da nova política sindical implantada no Sindicato e aprovou a filiação à CUT. Desde então, o Sindicato passou a ser referência nas lutas da classe trabalhadora de Apucarana e Região, com destaque na oposição ao governo Fernando Collor de Mello e sua política de desmonte da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, bem como na mobilização por seu impeachment (Fora Collor), o que acabou sendo aprovado pelo Congresso Nacional. Neste período, o Sindicato dos Bancários de Apucarana, com sua grande influência no Estado, juntamente com os demais Sindicatos de Bancários do Paraná filiados à CUT, fundaram em 1994, na cidade de Londrina, a Fetec/CUT-PR, a Federação Estadual dos Trabalhadores em Empresas de Crédito.

No ano de 1996, Antonio Pereira da Silva pediu licença da Presidência do Sindicato e o funcionário do Bradesco, José Roberto Brasileiro, assumiu o cargo, terminando o mandato. Já em 1996, o bancário do Banco Itaú, Hermes Gonçalves, assumiu a Presidência do Sindicato, administrando a entidade até 2000.

Seguindo a mesma filosofia do grupo que, em 1991, mudou a trajetória do Sindicato, no ano de 2001, a bancária do Itaú, Ana Cristina Jerônimo Gamero, foi eleita presidente, administrando a entidade até 2003, ano em que se afastou para assumir um cargo na Prefeitura de Arapongas. Em seu lugar, Maria Salomé Teixeira de Freitas Fujii, do Banco HSBC, presidiu o Sindicato até o final do mandato. Naquele momento ocorreu uma das mais importantes vitórias dos trabalhadores brasileiros, a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República, levando um operário ao poder e dando uma resposta à altura para o neoliberalismo que estava assolando o povo brasileiro.

No ano de 2006, através do voto direto dos associados, José Roberto Brasileiro foi eleito presidente do Sindicato. Um dos maiores feitos de seu mandato aconteceu em 2008, ano em que o Sindicato completou 50 anos. O Cinqüentenário foi comemorado com uma grande festa para os bancários e seus familiares, destacando a importância da entidade de representação da categoria, que a partir de então realizou diversas atividades para marcar datas importantes no dia-a-dia dos trabalhadores.
Em 2006, o Sindicato dos Bancários de Apucarana e Região também teve papel relevante na reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidente da República, num mandato em que ampliou a distribuição de renda no País através de programas sociais, como o Bolsa Família, e implantou o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), em fase de desenvolvimento de inúmeras obras de infra-estrutura e gerando milhares de empregos.

No campo sindical, a diretoria cutista do Sindicato dos Bancários de Apucarana e Região contribuiu efetivamente para a formação do DNB (Departamento Nacional dos Bancários), que mais tarde foi transformado na CNB (Confederação Nacional dos Bancários). Seguindo ainda essa necessidade de se estabelecer uma representação a nível vertical, foi fundada em 2006 a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), a qual o Sindicato é filiado, entidade que atualmente coordena as lutas dos bancários, financiários, cooperavitários e demais trabalhadores que atuam no setor financeiro.

Foi desta forma que o Sindicato dos Bancários de Apucarana e Região reescreveu sua história ao longo dos últimos anos, tornando-se não só uma referência de luta para a classe trabalhadora, como também para os demais segmentos da sociedade civil organizadas, tendo participação efetiva na construção da Convenção Coletiva Nacional dos Bancários, que a cada ano resulta em mais conquistas para a categoria.